sexta-feira, janeiro 19, 2007



A Cidade dos Resmungos

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam.

No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio.

Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer.

Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs.

Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas.

Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou :

- Ó cidadãos deste belo lugar ! Os campos estão abarrotados de trigo, os
pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação ? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.

Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Haviam remendos nas calças e buracos nos sapatos.

As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre os dois postes na praça da cidade.

Então segurando o cesto diante de si, gritou :

- Povo desta cidade ! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus
problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade !

A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.

Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro.

Então ele disse :

Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.

Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda.

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Recebi essa hisória por e-mail e quis repassar, é assim que sempre penso, que por mais que eu tenha problemas, eles não são nada perto de milhares de pessoas que sofrem por não ter um teto para se abrigar, não ter alimento para matar sua fome, não ter um emprego para manter sua família. Quem me conhece, quem convive comigo sabe muito bem como sou, estou sempre sorrindo, sempre mesmo, tento passar para as pessoas a alegria que sinto por estar viva, por ter uma família maravilhosa, amigos que são anjos, um emprego (não é o dos meus sonhos, mas... rss***), por ser saudável e ter forças para correr atrás de tudo o que desejo. Tudo bem que tem aqueles dias que eu acordo carente e dou uma reclamadinha básica, como na quarta (post anterior), mas logo percebo o quanto estou sendo egoísta, que na nossa vida as coisas só acontecem se for da vontade de nosso Pai maior!

Confuso esse post né? Vocês devem estar ai pensando e ai? Onde que a Cris vai chegar com esse post? É que na quarta acordei um tanto triste, desde que vim trabalhar em casa, Yas passou a ficar comigo, não foi mais para minha mãe, amei essa idéia né, ser mãe 24 horas por dia era tudo o que eu sonhava, mas com isso passei a perceber que minha filhota estava perdendo grande parte da infância trancada dentro de casa, na frente de uma tv.

Chorei por não ter o tempo que eu desejava para dedicar a minha filha, chorei por morar numa cidade sem ter uma lazer próximo de nós que eu pudesse tirar uma hora do dia e brincar com minha filha. Chorei por não ter como pagar uma escolinha, chorei e chorei.

Dai veio Deus, com sua benção, ontem ligaram em casa de uma escola da prefeitura, marcando para hoje a tarde eu ir fazer a matrícula da minha florzinha. Quasei chorei ao telefone, mas desta vez por alegria.

Dizer que estou Feliz é pouco, estou felicíssima. Yas então nem se fala, quando fomos nessa escolinha a procura de vaga, ela se esbaldou de brincar no parque, e ontem quando eu contei para ela que ela iria estudar, o sorriso que ela abriu foi lindo, sei que ela só vai ter a ganhar com essa experiência.

Saudade... Vou sentir muita, afinal acostumei ter minha moça o tempo todo comigo. Medo... tenho muitos, mas sei que ela vai estar se divertindo e crescendo.

Tenham todos um ótimo fim de semana! Muito abençoado, muito iluminado!!!

Milhares e milhares de beijinhos...

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